quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Travessia dos Bravos mesmo.

Olá amigos,mais uma competição realizada e essa com certeza foi dura.
No domingo fiz a Travessia dos Bravos aqui no Rio,mais precisamente na Barra da Tijuca.Prova desafiadora,principalmente por ter que passar por dentro de um canyon.Eu nunca tive uma experiência como essa em competição.Chegar próximo as ilhas e passar no meio delas,foi uma mistura de sensações.A euforia de uma coisa nova e um certo medo pelo desconhecido.

A prova:

Fiquei conversando com amigos e esperando a largada.Do nada toca a buzina.Saí correndo como um louco e caí na água que não era das mais calmas.Foi difícil vencer a arrebentação,fiz muita força,muita mesmo.Depois da arrebentação até que ficou bom.Não tinha muita gente,então não teve muita pancadaria.


Logo me juntei  a um grupo de 4 atletas e fomos juntos.Ficamos ali cozinhando um ao outro o tempo todo.Hora um apertava,o resto ia atrás e assim foi até a chegada nas ilhas.Nesse momento eu estava muito cansado,senti o ritmo forte da galera.Confesso que fiz mais que podia,forcei demais na 1ª perna e dei uma quebrada legal.

Como estávamos brigando pelo 2º geral da prova,já que o 1º abriu uma semana de nós.Ninguém foi muito cavalheiro,para entrar no canyon.A porrada estancou bonito.Eu que já estava babado,fiquei por último.Estava com medo de alguém passar por cima de mim rsrsr.

Amigos já tive várias experiências em provas,algumas  boas e outras bem ruins,mas essa foi punk.Entrei no canyon com raiva,cabeça pra fora,pernada forte,peito estufado,determinado a vencer o obstáculo e não dá mole.O guarda vidas gritando, para eu me manter no meio,já que era bem estreito e um vacilo era pedra na certa,não foi fácil.A onda jogava pra trás,pro lado,pra frente e de revestrés.Nunca entrei em um liquidificador,mas acredito que seja muito parecido.Uma sensação incrível de impotência perante a natureza.Se uma onda mais forte viesse,eu não teria chance alguma,bateria forte nas pedras.Impressionante como não somos nada.

Voltando a prova.Depois que venci o canyon, senti uma fisgada do siri na panturrilha esquerda.Resolvi alongar a perna.Me virei de costas e busquei o pé para alongar,amigos que merda.Senti uma cãibra generalizada nas pernas absurdas.Era tanta dor que eu ia pedir ajuda.Só que olhei para os lados e cadê?Não tinha ninguém,nem uma bóia de patinho para eu segurar.Procurei não me desesperar. Rapidamente me virei e voltei a nadar com as pernas paralisadas.Mexia somente os braços e tentando segurar a dor.Eu sabia que uma hora ia passar e passou.

Passou mas não muito.Não podia dar mole,qualquer movimento diferente e elas voltavam.O ruim disso tudo,é que abandonei a disputa por uma posição melhor  e pensei só na sobrevivência(sábia decisão).
Saí longe da chegada,pq em frente tinha uma vala enorme e muita arrebentação.Coloquei os pés no chão com todo cuidado,para as cãibras não voltarem.Depois que pisei em terra firme, vi 1 cara correndo e não pensei muito, parti em um sprint raivoso.Não passei na água,mas passei na corrida.
No final descobri que fui o 14º geral e o 2º na categoria.Muito bom por mais um pódio e mais um troféu.Só que o sofrimento foi grande e eu perdi muitas posições na volta das ilhas.Tudo bem que estava com cãibras,porém não conseguiria manter aquele ritmo.Meu ombro ainda dói muito e isso já afeta  o cabeção,antes da largada.Ou eu me conformo que não vou nadar como antes ou faço alguma coisa diferente(já estou pensando no que fazer,me conformar jamais).
A partir de agora,sem planilha.Os treinos todos serão kinder ovo,cada dia uma surpresa.Não quero compromisso com planilha,só compromisso em treinar e me divertir na medida do possível.Ano que vem começa tudo de novo,IRONMAN 2012 eu vou.

Abraços e bons treinos.


Um comentário:

  1. Aí Artur, arrebentou hein camarada. Dois conhecidos que fizeram a prova chegaram com um tempo mais alto do que o que eles fizeram na travessia das Cagarras (que foram 4500m).

    Vai fazer o Rei do Mar?

    Abraços

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